terça-feira, 21 de outubro de 2008

3ª Postagem

Seminário Temático – Resenha crítica abordando os capítulos 8, 9 e 10 do livro GRIPPI, Sidney. Atuação Responsável & Desenvolvimento Sustentável: Os Grandes Desafios do Século XXI. Rio de Janeiro, Ed. Interciência, 2005.

Capítulo 8: A Praga Institucionalizada
O autor inicia comentando sobre o histórico dos defensivos agrícolas no contexto do desenvolvimento agrícola brasileiro, criticando a utilização da nomenclatura criada para dar falsa sensação de proteção, inibindo o poder devastador do produto.
Utiliza linguagem crítica para descrever o comportamento dos Governos Militares que, durante todo o período, consentiu e incentivou a utilização dos defensivos agrícolas, demonstrando o comprometimento com os interesses das empresas multinacionais que atuam no Setor. Cita a ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal (ex-Associação Nacional de Defensivos Agrícolas) criada para divulgar a utilização destas substâncias.
Discorre sobre a terminologia de “defensivos” e “agrotóxicos”, ressaltando os seus efeitos maléficos e a homologação existente aqui no Brasil pelos Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e Embrapa, que ratificam a sua utilização nos receituários e bulas prescritas pelos Agrônomos.
Informa sobre a história do agrotóxico, que fora criado para servir inicialmente como arma química; durante as guerras mundiais, utilizado também na Guerra do Vietnã como desfolhantes químicos causando o desmatamento das florestas tropicais daquele país e gerando seqüelas cancerígenas em milhões de soldados americanos e vietnamitas às suas famílias e seus descendentes. O Autor utiliza todos os meios que dispõe para informar o leitor dos malefícios do Agrotóxico e demais correlações existentes na sua utilização.
Alerta sobre a terminologia de identificação dos materiais tóxicos e os tipos de equipamentos para utilização no manuseio dos agrotóxicos, treinamento adequado para a utilização e higienização e primeiros socorros. Propõe diversas alternativas contra o uso dos agrotóxicos e relata as precauções a serem tomadas contra a contaminação ambiental

Capítulo 9: A Escória
Neste capítulo o autor discorre sobre a ESCÓRIA, subproduto siderúrgico que vem sendo utilizado pelas Prefeituras na recuperação das vias públicas, sem qualquer preocupação com o impacto ambiental que causa, tendo em vista que é composta por metais e não pode ser utilizada diretamente no solo, mas sim sendo agregada na composição das indústrias de cimento e asfalto.
Alerta que a Escória sendo utilizada diretamente no solo é danosa ao meio ambiente, sendo levada pelas chuvas aos rios e ainda aos lençóis freáticos, poluindo com metais a água que será utilizada pela população.

Capítulo 10: A Agenda 21 Corrompida
O capítulo descreve a situação crítica dos assuntos relatados na Agenda 21 que foram anteriormente tratados na Rio Eco 92. A demora na elaboração do documento e
apreciação pelo Governo prejudicou a apresentação e execução das ações tratadas e a visibilidade junto à Comunidade Internacional, na atuação no evento Rio+10, ficando como mero expectador e tecendo críticas aos países ricos. A ausência da execução dos planos elencados, segundo o autor, prejudicou parte da sociedade brasileira que clama por melhores condições e qualidade de vida.

22/07/2008 - 08h09
Liminar veta agrotóxicos perto do parque das Emas
FELIPE BÄCHTOLD da Agência Folha
O risco de contaminação de parques nacionais por agrotóxicos aplicados em lavouras próximas vêm deixando em alerta pesquisadores e chefes das unidades de conservação. Em Goiás, no parque nacional das Emas, a Justiça Federal suspendeu o uso de produtos químicos numa faixa de dois quilômetros ao redor da unidade --só um tipo, pouco tóxico, permanece liberado.
Segundo pesquisa feita na USP (Universidade de São Paulo), os agrotóxicos têm afetado pelo menos uma ave em processo de extinção no local, um dos 17 pontos do país considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O estudo, finalizado em 2007, aponta que a maior parte da população da ave em questão --o bacurau-do-rabo-branco-- acumulava quantidades altas de um produto usado na lavoura. O agrotóxico chega ao pássaro por meio de insetos que vivem nas plantações e servem como alimento.
Muitas lavouras das imediações, a maioria de soja e milho, usam aviões para pulverizar inseticidas e herbicidas. A Justiça considerou que havia "descaso" na elaboração de um plano para ocupação das áreas em volta ao parque e concedeu a liminar.
A administração do parque diz que houve demora porque não há um modelo de pesquisas no país sobre efeitos do uso de agrotóxicos. Agentes da unidade e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já alertam produtores da região sobre a determinação judicial. O parque tem área equivalente à da cidade de São Paulo.
Bahia, Minas e Piauí
No parque nacional da Chapada Diamantina (BA), em meio a brigas entre ambientalistas e produtores de batatas, biólogos da USP e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia também estudam os efeitos dos produtos químicos. O resultado sai no fim do mês. O Ministério Público tem promovido audiências sobre o tema.
No parque nacional de Caparaó (MG), a administração está refazendo um plano de controle para evitar contaminação de agrotóxicos. No Piauí, agricultores do entorno do parque das Nascentes responderam a processo administrativo por descartarem embalagens de agrotóxicos dentro da área de conservação, em 2005. Uma multa de R$ 500 mil foi aplicada.
O responsável pela pesquisa sobre o parque das Emas, Sady Valdes, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba, afirma que qualquer unidade de conservação que faça limites com áreas agrícolas tem a fauna exposta a agrotóxicos.
Segundo ele, a ameaça é maior no cerrado porque nas culturas de soja e algodão --típicas da região-- o uso de agroquímicos é intenso.
Gemiro Carafini, presidente da associação de produtores de grãos de Mineiros (GO), ao lado do parque das Emas, diz que a liminar contra agrotóxicos "inviabiliza a agricultura" na região. "Quando o Ministério [da Agricultura] libera um produto, libera para o país, não só para A, B ou C", diz. Segundo ele, a decisão de banir produtos químicos das lavouras não teve caráter técnico e foi baseada apenas na opinião de um juiz.

29/07/2008 - 08h55
Anvisa propõe banir agrotóxico usado na cultura de laranja
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Por meio de consulta pública iniciada no último dia 25, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou o banimento do país da cihexatina, princípio ativo usado na fabricação de agrotóxicos utilizados principalmente na citricultura. Sugestões à proposta da agência poderão ser feitas até 25 de agosto.
"Por enquanto, os agrotóxicos à base de cihexatina podem continuar a ser utilizados. O motivo é que o registro do produto é concedido pelo Ministério da Agricultura por tempo indeterminado", disse a Anvisa por meio de assessoria de imprensa.
Segundo a agência, estudos em laboratório com animais mostram que a cihexatina traz graves riscos à saúde. Os principais efeitos são malformações fetais, em especial a hidrocefalia. Há ainda risco de aborto, danos à pele, pulmões, entre outros.
A cihexatina já foi banida dos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Áustria, Belize, Kuwait, Laos, Suécia e Tailândia, de acordo com a Anvisa. O cancelamento do registro não pode ser feito sem uma consulta pública.

Resumo da matéria jornalística:

A Justiça Federal através de uma liminar vetou o uso de agrotóxicos em torno, numa faixa de 2 km, do Parque das Emas. Em Goiás, pesquisadores e chefes de unidades de conservação estão de prontidão acompanhando o risco de contaminação do parque, assim como em outros Parques Nacionais e Apas, entre eles o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) e o Parque Nacional de Caparaó (MG). Conforme pesquisadores da Universidade de São Paulo estes agrotóxicos têm prejudicado a fauna e a flora do parque que é considerado Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO. Na mesma direção a ANVISA propôs banir do País por meio de consulta pública a cihexatina, princípio usado na fabricação do agrotóxico usado na cultura da laranja, o cancelamento do registro de agrotóxico só podem ser feitos através de uma consulta pública, mesmo este que já é eliminado de diversos países.

Análise Crítica:

Assim como nos mostra o livro de Sidney Grippi, a capacidade de destruição dos agrotóxicos são muitas, a ameaça aos seres humanos e meio ambiente são imensuráveis. Podemos ver, através das matérias, que não há uma legislação específica para o uso destes produtos químicos, mas também fica claro que se precisa mudar este quadro, talvez incriminando quem utiliza e até mesmo quem fabrica e não ensina a usar.
Nosso país que “em se plantando tudo dá”, tem que investir numa agricultura auto-sustentável e saudável em grande escala, além de ser politicamente correto a agricultura orgânica agrega valor aos produtores.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Resenha do Livro

Seminário Temático – Resenha dos capítulos: 5, 6 e 7 do livro GRIPPI, Sidney. Atuação Responsável & Desenvolvimento Sustentável: Os Grandes Desafios do Século XXI. Rio de Janeiro, Ed. Interciência, 2005.

Capítulo 5: Meio Ambiente e Cidadania

Neste capítulo o autor identifica que o sucesso para a melhoria da qualidade de vida das pessoas está relacionado a um processo de educação ambiental, onde seria ensinado ao homem regras básicas e claras para a relação do mesmo com o meio ambiente
Dessa forma, a educação ambiental deveria iniciar com as crianças, junto com o processo de aprendizagem e formação escolar, para que pudessem aprender a preservar, respeitar e entender a importância dos recursos naturais para vida do ser humano.
Um fator preocupante é o crescimento desordenado dos centros urbanos, pois agrava o desequilíbrio ambiental nas grandes cidades, pois devido a este aumento populacional, temos mais gente consumindo, mais lixo sendo gerado e etc. Além disso, o homem não sabe administrar os recursos naturais e a biodiversidade existente, pois, de forma inconseqüente polui as águas com produtos químicos, esgoto, gera queimadas e desmatamentos.
As metrópoles são os maiores poluidores existentes, pois não há tratamento de esgoto sanitário como dito, o lixo urbano é despejado em lixões e não emanam medidas de saneamento à altura da demanda. Devemos aproveitar os períodos eleitorais para e orientar as pessoas para que estejam atentas e não troquem o voto por promessas de aventureiros que querem se utilizar da causa ambiental para autopromoção, mas para exigir que seja definido um real desenvolvimento sustentável.

Capítulo 6: A Grandeza dos Impactos e a Mentira de Atuação Responsável das Empresas

Diante de diversas reportagens divulgadas na mídia: denúncias de crimes ambientais, vazamentos químicos, vazamentos de materiais radioativos, etc., muitas empresas trocaram de nome, de forma a desvincular o novo nome aos incidentes ocorridos.
É uma pena que os fatos registrados pelas matérias jornalísticas não tenham sido apurados veementemente, fazendo com que essas empresas predadoras do meio ambiente sejam punidas e sejam obrigadas a cumprir as leis vigentes.


Capítulo 7: Ecoeficiência

O termo deste capítulo foi muito disseminado durante o Rio Eco 92, e atualmente tem sido utilizada pelas empresas que estão realmente preocupadas com o meio ambiente, mudando a visão do segmento industrial de final de linha para uma visão de desenvolvimento sustentável. Há indústrias que aderiram à nova visão por pura demagogia e porque o mercado busca produtos de empresas que sejam ecologicamente corretas, porém outras tantas realmente levam o assunto a sério.
O termo ecoeficiência pode ser entendido como: ”a capacidade de produção de bens e serviços com preços competitivos, capazes de oferecer satisfação e qualidade ao cliente, com redução progressiva dada poluição e a utilização dos recursos naturais a um nível mínimo que seja devidamente suportado pela terra.” O que se aplica muito bem a indústria de forma geral.
Atualmente, devido às leis ambientais, grande maioria das empresas no Brasil está investindo em ecoeficiência como forma de melhorar sua imagem perante a opinião pública, principalmente aquelas que se destacam como grandes poluidoras, as quais estão buscando racionalizar o uso dos recursos naturais, de forma a iniciar a busca pelo processo de desenvolvimento sustentável, principalmente aqueles recursos que não são renováveis, como por exemplo, o consumo de energia elétrica seja reduzido, menor será a necessidade de mais usinas de geração de energia, quanto mais for reaproveitado a água, menor será a necessidade de exploração e comprometimento de novos mananciais, quanto mais houver reutilização de materiais pelo processo da produção, haverá redução gradativa da necessidade de mais e mais matéria-prima virgem e, conseqüentemente, que materiais sejam desviados desnecessariamente para os aterros sanitários.
Acredito que se houver uma maior pressão por parte da sociedade, cobrando ecoeficiência ambiental nas empresas, será possível formar o binômio indústria e meio ambiente, possibilitando a nossos descendentes o consumo de produtos livres de agrotóxico e outros poluentes.

Segunda Postagem

Referêcia das Matérias:

Primeira Matéria: Projeto de manejo do pirarucu apresenta resultados positivos
Link para o site: http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/index.cfm?uNewsID=15440, consultado em 01.10.2008

Segunda Matéria: RPPN do Mato Grosso do Sul recebe prêmio de turismo
Link para o site: http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/index.cfm?uNewsID=15500




O Projeto Alto Purus capacitou pescadores locais
para implementar acordos de pesca na região,
que consistem na criação de normas para regular
a atividade, sua sustentabilidade e a reposição das
espécies.


Resumo das Matérias Jornalísticas:

Foi apresentado à sociedade na segunda Feira do Pirarucu Manejado, o sucesso do Projeto Alto Purus uma parceria entre WWF-Brasil, governo do Acre e comunidade do Município de Manoel Urbano. O projeto consiste na capacitação das comunidades nativas para o manejo do Pirarucu, incrementando as políticas públicas regionais, além de melhorar a renda das famílias. Este projeto também teve como fruto o normativo nº 1 de 30 de maio de 2008, do IBAMA, que proíbe a pesca do Pirarucu em todo estado do Acre que não for originário de plano de manejo a fim de preservar ecossistemas aquáticos e prover renda de forma sustentável aos pescadores.
Já a matéria seguinte, nos informa do prêmio ganho pela segunda vez consecutiva a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), denominada Recanto Ecológico Rio da Prata, localizada na Bacia do Prata, Pantanal MS, onde são desenvolvidas pesquisa científica, conservação e ecoturismo.

ANÀLISE CRÍTICA:

Vindo de encontro com livro de Sidney Grippi, no que tange a meio ambiente e cidadania, as matérias nos trás belas parcerias contemplando o meio ambiente e a sustentabilidade.
A primeira matéria é uma iniciativa que nasceu da parceria entre ONG, governo e sociedade organizada onde há benefício e conservação dos ecossistemas aquáticos, além do aumento de renda das famílias locais com sustentabilidade.
Na segunda matéria, o Recanto Ecológico do Rio da Prata, uma RPPN, que tem parceira do Programa Pantanal para Sempre do WWF-Brasil em ações de conservação no Mato Grosso do Sul, recebe o prêmio do Guia 4 Rodas; é mais um bom exemplo que serve de incentivo para que outras propriedades da região preservem a natureza com desenvolvimento sustentável. Parabéns!!!